As instituições portuguesas signatárias do Acordo de Transparência sobre a Investigação Animal continuaram a reforçar a sua abertura na comunicação sobre como e porquê os animais são usados na investigação científica, de acordo com o mais recente relatório de avaliação, referente a 2024.

O quinto relatório anual do Acordo de Transparência, elaborado com o apoio da European Animal Research Association (EARA), apresenta dados de 27 das 30 instituições signatárias. Os resultados demonstram a consolidação de boas práticas de transparência, sobretudo no envolvimento com o público, nas interações com os meios de comunicação e na comunicação digital, a par de um aumento no número de signatários – de 27 em 2023 para 30 em 2024.

Entre os indicadores mais relevantes de maior abertura e comunicação em 2024 destacam-se:

  • 93% das instituições respondentes têm uma declaração de posicionamento sobre experimentação animal publicada nos seus websites.

  • 81% utilizam redes sociais para comunicar de forma proativa sobre a utilização de animais na investigação, sobretudo no Facebook, Instagram, LinkedIn e YouTube.

  • 24 organizações relataram a organização de eventos internos (palestras, workshops, dias abertos), e 21 incluíram a investigação animal em materiais de recrutamento ou dias abertos.

  • 13 instituições partilharam fotografias de animais, 12 mostraram as suas instalações em imagens e 10 publicaram vídeos que mostram tanto os animais como as instalações.

  • 19 instituições organizaram visitas internas para colaboradores, 18organizaram visitas para grupos específicos, 13 participaram em dias abertos, 12 receberam grupos de estudantes e 6 abriram as suas instalações a políticos.

  • 13 instituições deram entrevistas, 9 organizaram visitas de jornalistas, 9 participaram em debates públicos e 7 emitiram comunicados aos meios de comunicação sobre a utilização de animais na investigação.

Apesar destes progressos positivos, alguns desafios persistem:

  • Apenas 6 instituições publicam resumos não técnicos (RNT) nos seus websites, apesar da recomendação para tornar estes documentos mais acessíveis a nível local.

  • Poucas instituições (7) partilham publicamente estatísticas detalhadas sobre o número e as espécies de animais utilizados, e apenas uma indica a percentagem de investigação que envolve o uso de animais.

  • A falta de recursos (tempo e especialização do pessoal) e a resistência interna por parte das lideranças institucionais continuam a ser obstáculos à transparência.

Entre os destaques de 2024 contam-se a primeira Semana Aberta sobre Investigação Animal (6–10 de maio de 2024), durante a qual os signatários abriram as suas instalações ao público, organizaram seminários e acolheram o primeiro Dia da Descoberta para Pessoas com Doença em Portugal, bem como o Openness Event no Gulbenkian Institute of Molecular Medicine, que reuniu cientistas, comunicadores e responsáveis pelo bem-estar animal.

Sobre o novo relatório, o Diretor Executivo da EARA, Kirk Leech, afirmou: “O Acordo de Transparência Português, lançado em 2018, é hoje um dos nove acordos nacionais na Europa. Continua a ser um exemplo, promovendo uma cultura de abertura e responsabilidade ética em torno da utilização de animais na investigação científica.”

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